opinião

Dia Internacional da Mulher



Escrevi algumas vezes sobre o 8 de março, inclusive neste veículo, por isso, hoje, vou tentar não ser repetitiva, embora em alguns aspectos é necessário repeti-los. Entendo ser uma data importante para relembrar, alertar sobre a situação das mulheres no Brasil e no mundo; as lutas, as conquistas e, ainda, a desigualdade material, embora a formal, pelo menos, aqui em nosso país e em tantos outros, existe.

As mulheres vêm ao longo de décadas conquistando cada dia mais espaço em prol da igualdade de gênero, mas são tantos os desafios que jamais se pode dizer: "já conseguimos"; se por um segundo pestanejarmos, perdemos alguns direitos. Infelizmente, a luta é árdua e contínua e requer olhos abertos a toda e qualquer modificação que atrase ou retroceda aos direitos já adquiridos.

A desigualdade de gênero, fomentadora da violência de gênero, é aquela que faz com que homens em setores da vida privada, nas mesmas funções ganhem cerca de 30% a mais que as mulheres no Brasil, na vida pública, faz com que as mulheres demorem muito mais para alcançarem funções de comando, faz com que tenham alto risco de serem estupradas por andarem sozinhas à noite e também se ficarem embriagadas, mesmo entre conhecidos, faz as meninas, crianças, como as maiores vítimas de abuso sexual, aquela que as vítimas morrem por dizerem "não, não quero mais esse relacionamento".

Este ano, a ONU Mulheres elegeu como tema para o dia 8 de março: "Agora é o momento: ativistas rurais e urbanas transformam a vida das mulheres", que nada mais é do que o resultado do ativismo global, mundial de mulheres em prol da igualdade. Há um movimento de mulheres gritando por igualdade, e esse discurso tornou-se público. Temos exemplos de campanhas ativistas em todo mundo, como na Itália: #QuellaVoltaChe; na Argentina: #NiUnaaMenos; no Brasil, recentemente no Carnaval, tivemos #NãoÉNão. Interessante que em diversas cidades aonde ocorrem os grandes carnavais, foram feitos "adesivos" sob a forma de tatuagem, os quais eram colocados na pele das meninas, onde trazia o "#nãoénão".

O tema ONU Mulheres também chama a atenção, para o ativismo das mulheres rurais, salienta que 25% da população mundial é rural e, dessa, 43% são mulheres que trabalham no campo e alimentam as cidades, entretanto são esquecidas, sofrem violação de seus direitos e a desigualdade salarial no campo chega a 40%.

Para o 8 de março, parabéns a todas pelas conquistas e um chamado para a continuidade do ativismo pela igualdade de gênero. Não esqueçamos nunca de todas as mulheres dizimadas pela violência de gênero. Enquanto for difícil, quase impossível, lembrarmos de homens assassinados por suas companheiras e tão simples lembrarmos de mulheres mortas pelos companheiros, como Stephanie Moseley, Eliza Samúdio, Taisa Macedo Paula, Michele Albiero, Sandra Gomide, entre milhares, não podemos parar de lutar!

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